Artigos Jardinagem
2016-10-25 - 10h00
Aprenda as técnicas para a propagação vegetativa de plantas
A reprodução de plantas ocorre de duas formas: Sexuada (nesse tipo de reprodução são formadas células especiais, chamadas de gametas. Onde um gameta feminino une-se a um gameta masculino através da fecundação que dá origem a um zigoto, que se desenvolve até formar a planta adulta e dar continuidade ao ciclo de propagação) e Assexuada ou vegetativa (neste caso as partes da planta, originam diretamente outra planta).
A propagação assexuada ou vegetativa pode ser dividida em Espontânea e Induzida.
Espontânea: quando a propagação se dá através de estruturas próprias. São elas: Sementes (todas as plantas com frutos); estolho (Morango, hortelã, grama, clorofito, etc.), tubérculos e bulbos (batata, beterraba, inhame, mandioca, lírio, dália, amarílis, copo-de-leite, etc.) e rizomas (gengibre, orquídeas, amambaia, lúpulo, aspidistria, helicônia, scheflera, guaimbé, filodendro, etc.);
Fonte da Foto: www.espacepourlavie.ca
Induzida: são as técnicas de propagação que iremos tratar neste artigo. Possui como vantagens a aceleração do crescimento, a propagação de plantas que nao possui sementes e a formação de indivíduos idênticos (clone), padronizando o produto e favorecendo a comercialização.
Fonte da Foto: www.birminghamgardeningtoday.com
1.Divisão de touceiras
O caule emite brotações laterais, surgindo filhotes idênticos à mãe. Estes filhotes devem ser cortados com uma faca afiada e cada pedaço irá constituir novas plantas ou brotações. Exemplo de plantas propagadas dessa forma: cebolinha, clorofito, cimbidium, bromélia, grama, helicônia, etc.
Fonte da Foto: www.pinterest.com
2. Estaquia
É o processo que usa um fragmento da planta, visando a regenerar as partes faltantes. Nas plantas herbáceas as partes comumente utilizadas são: ramos (gerânio, pingo de ouro, rosas, etc.), folhas (suculentas, violetas, peperômia, folha da fortuna, etc.) e pedaços de folhas (espada-de-são-jorge, begônia, etc.).
Fonte da Foto: www.needlesandleaves.net
3. Enxertia
É o processo pelo qual se faz a união íntima entre duas plantas de maneira que se cria uma interdependência na qual uma não pode sobreviver sem a outra. Uma fica em baixo e é denominada cavalo ou porta-enxerto; e sua função é fornecer água e sais minerais, modificar o porte, conferir resistência, tolerância ou imunidade contra fatores adversos; a outra fica em cima, é denominada cavaleiro ou enxerto e tem a finalidade de produção. Esta técnica se divide em 3 ítens:
Borbulhia (o enxerto é uma borbulha ou gema): a borbulhia consiste na justaposição de uma única gema sobre um porta-enxerto enraizado. Com a ponta do canivete de enxertia, abre-se a região da casca abrangida pelas incisões, levantando-a para inserção da borbulha que é introduzida com a gema voltada para o lado externo. Em seguida, deve-se amarrá-la de cima para baixo, com o auxílio de um fitilho plástico, fita de banana (casca do caule) ou fita biodegradável. Toda essa operação deve ser rápida, para que não ocorra ressecamento das regiões de união dos tecidos ou cicatrização dos cortes antes que ela seja finalizada.
Fonte da Foto: www.figs4funforum.websitetoolbox.com
Fonte da Foto: www.figs4funforum.websitetoolbox.com
Fonte da Foto: www.tropicalbonsainursery.net
Encostia (união entre duas plantas inteiras): é uma técnica que consiste na junção de duas plantas inteiras, que são mantidas dessa forma até a união dos tecidos. Após essa união, uma será utilizada somente como porta-enxerto e a outra como copa. Para fazer essa enxertia, o porta-enxerto enxerto deve ser transportado em um recipiente até a planta que se quer propagar sendo geralmente colocado na altura da copa, através da utilização de suportes de madeira que o sustentarão. Corta-se uma porção do ramo de cada uma das plantas, de mesma dimensão, e encostam-se as partes cortadas, amarrando-as em seguida com fita plástica para haver união dos tecidos. O enxerto é representado por um ramo da planta matriz, sem dela se desligar até que ocorra a soldadura ao porta-enxerto. Após 30-60 dias, havendo a união dos tecidos, faz-se o desligamento da nova planta, cortando-se acima do ponto de união do porta-enxerto. Nessa fase, retira-se o fitilho plástico que estava amarrado e destaca-se o ramo da planta original, formando uma nova copa. Tem-se, assim, a muda, constituída de copa e porta-enxerto. A primavera é a estação mais adequada para a prática da encostia e as que são realizadas no outono desenvolvem-se muito lentamente.
Fonte da Foto: www.aggie-horticulture.tamu.edu
Fonte da Foto: www.courses.cit.cornell.edu
Garfagem: é um método de enxertia que consiste na retirada e transferência de um pedaço de ramo da planta matriz (copa), também denominado garfo, que contenha uma ou mais gemas para outra planta que é o porta-enxerto. Com este método, é possível ter em uma mesma planta, variedades diferentes de frutos, por exemplo: 2 maçãs com cores diferentes ou um limoeiro que produza, limões, laranjas e mexericas, etc. O que garante a produção é a compatibilidade genética das espécies do mesmo gênero. Este processo possui duas técnicas principais demonstradas nas fotos abaixo. São elas:
- Na garfagem em meia fenda, o garfo é cortado em bisel duplo. O porta-enxerto é cortado transversalmente, fazendo-se, em seguida, uma incisão igual a largura do bisel. Aprofunda-se a incisão para baixo, por meio de movimentos com o canivete de enxertia, então introduz-se o garfo na fenda, de tal modo que as camadas das duas partes fiquem em contato em pelo menos um dos lados. Esse tipo de garfagem é utilizado quando os garfos são de diâmetros diferentes do porta-enxerto, sendo necessário que pelo menos um dos lados esteja em contato com os tecidos para que ocorra o processo de cicatrização e sobrevivência do enxerto.
Fonte da Foto: www.smallkitchengarden.net
Fonte da Foto: www.the-night-gardener.blogspot.com
Fonte da Foto: www.greenhousebed.com
Fonte da Foto: www.starkbros.com
- Já na garfagem em fenda cheia, a obtenção do garfo é idêntica ao caso anterior. O porta-enxerto é cortado transversalmente à altura desejada, praticando-se em seguida uma fenda cheia, do mesmo tamanho do garfo que será introduzido nessa fenda, de maneira que os dois lados desse garfo coincidam por completo com o diâmetro do porta-enxerto. Após a introdução do garfo no porta-enxerto amarra-se com fita ou coloca-se parafina para que o lugar seja vedado da contaminação do ar (doenças) e facilite a cicatrização do corte.
Fonte da Foto: www.gardenaction.co.uk
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Fonte da Foto: www.northernpecans.blogspot.com
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4. Alporquia
A alporquia é um método de propagação em que se faz o enraizamento de um ramo ainda ligado à planta matriz (parte aérea), que só é destacado da mesma após o enraizamento. O método consiste em selecionar um ramo da planta, de preferência com um ano de idade e diâmetro médio. Nesse ramo, escolhe-se a região sem brotação e faz-se um anelamento, de aproximadamente dois centímetros, retirando toda a casca (floema) e expondo o lenho. Depois disso, deve-se cobrir o local exposto com substrato umedecido (fibra de coco ou esfagno) e envolvê-lo com plástico transparente (para facilitar a visualização das raízes), cuja finalidade é evitar a perda de água, amarrando bem as extremidades com um barbante, ficando com o aspecto de um “bombom embrulhado”. Os fotoassimilados elaborados pelas folhas e as auxinas pelos ápices caulinares deslocam- se pelo floema e concentram-se acima do anelamento, promovendo a formação das raízes adventícias nesse local. Recomenda-se que a alporquia seja feita de preferência na época em que as plantas estejam em plena atividade vegetativa (primavera), após a colheita dos frutos, com o alporque mantido sempre úmido. A separação do ramo que sofreu alporquia da planta matriz depende da espécie e da época do ano em que foi feito o alporque. Após a separação, o ramo enraizado deve ser plantado em condicionador de solo com nutrientes e mantido à meia sombra até a estabilização das raízes e a brotação da parte aérea. Quando isso ocorrer, as mudas estarão prontas para serem plantadas no campo. A alporquia é utilizada na propagação de muitas espécies frutíferas e floríferas, por exemplo, lichia, jabuticaba, hibiscos híbridos e trepadeira-jade.
Fonte da Foto: www.instructables.com
Fonte da Foto: www.pinterest.com
Fonte da Foto: www.cityplanter.co.uk
Fonte da Foto: www.gardenofeaden.blogspot.com
Fonte da Foto: www.dqfarm.blogspirit.com
5. Mergulhia
Consiste em mergulhar um ramo no solo, sem separá-lo da planta mãe, com a finalidade de o mesmo regenerar um novo sistema radicular para depois ser separado. A mergulhia é feita no solo, vaso ou canteiros, quando os ramos das espécies são flexíveis e de fácil manejo. O método de mergulhia consiste em enterrar partes de uma planta, como ramos, por exemplo, com o objetivo de que ocorra o enraizamento na região coberta. É um processo usado na obtenção de plantas que dificilmente se propagariam por outros métodos. O enraizamento ocorre devido ao acúmulo de auxinas (hormônios endógenos) pela ausência de luz na região enterrada ou coberta, que promove a formação das raízes adventícias e também pelo aproveitamento do fornecimento contínuo de água e nutrientes da planta matriz. É muito importante que o local para a realização da mergulhia esteja isento de patógenos, pois como é utilizado o solo para o enraizamento, há sempre o risco de contaminação das novas plantas por doenças e/ou pragas. É importante colocar um tutor na planta a ser enraizada para que a mesma cresça ereta. A mergulhia é um método bastante utilizado na obtenção de porta-enxertos de macieira, pereira e marmeleiro e trepadeira-jade.
Fonte da Foto: www.jury.co.nz
Fonte da Foto: www.agardenforthehouse.com
Fonte da Foto: www.rodalesorganiclife.com
Fonte da Foto: www.boundless.com